Como usar a internet na escola e sala da aula?

Capacitar professores para o uso da internet na escola, limitar o acesso dos alunos, estimular a criação de projetos que tenha a internet como ferramenta e avaliar o resultado.

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O discurso sobre o uso da internet na escola não é novo. Os profissionais da educação sabem que ela poderá contribuir muito, os alunos, em sua maioria crianças, adolescentes e jovens têm grande afinidade com a rede mundial e o governo tenta de várias formas tornar isso realidade. Diversas ações já foram ou estão sendo tomadas neste sentido e a mobilização deve aumentar bastante nos próximos anos.

Mas parece que algumas perguntas ainda não foram respondidas: como usar a internet na sala de aula? Quais os reais benefícios que ela pode dar a educação formal? Será que os professores estão capacitados e devidamente orientados sobre a melhor forma de usar este importante recurso para contribuir para o processo de ensino e aprendizagem?

Se eu tivesse que responder as perguntas que acabei de fazer, minhas respostas seriam: Não sei, muitas e provavelmente não. Mas é claro que essas respostas rápidas não ajudam em nada, portanto é preciso pensar e ser mais coerente com o leitor. Sendo assim, faço algumas considerações de como a internet poderia ser usada na escola.

Capacitar professores

Professor aluno escola

O professor é o ponto de partida deste processo, não o aluno. Se o professor não tiver habilidades de como usar esta ferramenta ou não souber como tirar proveito dela, como irá conduzir os alunos neste processo? Sei de muitas escolas que estão equipadas com computadores, lousa digital e outros recursos, mas isto é apenas hardware, é infraestrutura, não traduz automaticamente em recursos úteis a educação.

Eu sei que muitos professores não vão gostar muito desta ideia, mas será preciso treinamento, capacitação e não estou falando de algumas aulas e sim de um processo continuado e efetivo que custará a muitos a dedicação de tempo e muita disposição.

Digo isso pois sou professor no ensino técnico e sei que se o professor não estiver muito capacitado ele mal saberá o que os alunos já sabem sobre tecnologia e internet. Existem aulas que eu ensino e em outras eu aprendo.

Acesso controlado

Outro ponto importante é pensar em como será acesso a internet no âmbito da escola. Penso que o acesso deve ser limitado e o professor precisará fazer este controle. Na escola que eu trabalho, uma das maiores redes do Brasil no ensino de nível técnico, estamos ainda patinando nisso, há ações isoladas como a que usamos em nossa unidade, um software que é instalado no computador do professor e que dá a ele controle total sobre todos os computadores da sala. Cabe ao professor definir o que bloquear e o que liberar, se coletivamente ou em computadores específicos.

Dá trabalho? Dá. Funciona? Como disse estamos nos adaptando e ainda não é um modelo disponível e funcional a todos. Mas se usado de forma efetiva é o melhor caminho.

Estimular projetos

Usar a internet para quê? Acessar redes sociais? Ver vídeos no Youtube, conversar com amigos online. Boa parte dos alunos de ficarem livres farão essas coisas, então penso que a escola formal deverá pensar em quais projetos poderão ser feitos com o uso da internet. Uma sugestão seria estimular cada aluno a criar um blog sobre algum assunto de interesse de cada um e criar um planejamento de publicações, por exemplo: pelo menos um post por semana.

A vantagem disso seria estimular o aluno a escrever e para escrever é preciso ler e fazendo isso com o acompanhamento e direcionamento do professor poderá ser uma ótima ferramenta no aprendizado da língua portuguesa e outras matérias.

Mensurar os resultados

Por fim é preciso mensurar os resultados. Infraestrutura + capacitação + projetos = resultado

Qual é esse resultado e de que forma a escola irá acompanhar o desenvolvimento deste aluno na sala de aula a fim de avaliar se a internet está contribuindo ou não para a aprendizagem do aluno?

Algumas perguntas e respostas

As redes sociais devem ser liberadas?

A princípio não. É claro que isto dependerá da proposta da escola, da idade dos alunos, entre outros. É preciso lembrar que algumas redes sociais exigem a idade mínima de 13 anos para se ter acesso. Então, esta é uma questão que precisa ser analisada com cuidado pela escola e também para compreender e definir de que forma poderia ser usada para trazer benefícios educacionais.

Apenas as pesquisas de conteúdo podem ser úteis?

Não. Há muitos sites e aplicativos que podem ser usados além da questão de pesquisa de conteúdo. Há jogos educacionais, vídeos, sites que permitem a interação com a criação de objetos diversos, dentre outros.

O Youtube deve ser liberado?

Este é outro caso delicado e que assim como as redes sociais, precisa ser avaliado com cuidado. Se for liberado o uso é preciso definir muito bem o tipo de conteúdo que deverá ser visto e ter um acompanhamento pelo professor. Não é muito indicado para salas com muitos alunos, onde o professor não tenha o auxílio de monitores, por exemplo. Além disso é preciso ficar atento com os chamados vídeos relacionados, pois dependendo do título do vídeo que você está vendo ele pode usar a palavra-chave para relacionar conteúdo indevido.

O uso da internet em sala de aula pode ser usado para educar o aluno de como usar a própria internet?

Sim e este talvez seja um grande aliado e uma boa justificativa para a inclusão dela na sala de aula. Com uma proposta bem definida é possível sim colocar os alunos para usara internet e assim educá-los na maneira correta de uso, o que pode e deve ser evitado, bem como usar para potencializar seus estudos.

Vale a pena ser professor?

De fato a profissão de professor é bastante desmerecida em muitas situações, existe também aqueles profissionais que dão uma forcinha e desmerecem mais ainda de forma a fazer as pessoas acreditarem que não vale a pena ser professor.

As reclamações mais comuns são os famosos baixos salários, a longa jornada de trabalho que muitos se submetem para tentar compensar a baixa remuneração e também as condições de trabalho não muito favoráveis em boa parte das situações. São alunos desrespeitosos, violentos, pouco compromissados com os estudos e muitos pais indiferentes com a situação dos filhos. Esse quadro não é incomum e aparece e diversos cenários.

Mas ainda assim acredito que vale a pena ser professor, seja ele de educação infantil, educação básica, técnica, superior e outros. O motivo é que a profissão é muito nobre, afinal as letras que escrevo e que você lê são frutos do trabalho desses profissionais. O papel do professor para a sociedade é de extrema importância e portanto não dá para pautar o valor da profissão apenas pelo salário é preciso ter um olhar mais amplo. Mesmo na questão do salário a situação não chega a ser tão ruim assim, pois há muitos professore que recebem uma boa remuneração e se considerar o plano de carreira e outros benefícios, então financeiramente não chega a ser tão ruim. Claro que há regiões do país onde o quadro acima não se aplica.

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